segunda-feira, 9 de abril de 2018

Cavalo de Troia do Gean para a população e trabalhadores da Prefeitura de Florianópolis: OS's na saúde e educação


Você, morador de Florianópolis e você, servidor público da PMF recorda do que ocorreu recentemente com o Hospital Florianópolis? No final de fevereiro de 2018, o estado teve que romper o contrato com uma Organização Social (OS) que estava administrando aquele hospital fazia menos de 4 anos, porque o mesmo estava com o atendimento à população numa situação caótica e com os trabalhadores contratados pela Organização Social trabalhando em situações extremamente precárias, inclusive, com salários atrasados. Esse é apenas um dos vários exemplos que poderíamos aqui expor para demonstrar que a administração de serviços públicos por empresas privadas, no caso, as Organizações Sociais (OSs)*, não cumprem com um atendimento de qualidade para a população e precarizam as condições de trabalho de quem é por elas contratado.

Pois, na última sexta-feira (06/04/2018), o prefeito Gean Loureiro divulgou a intenção de privatizar a gestão da saúde e educação por intermédio dessa forma de parceria público-privada, a qual vem demonstrando ser péssima para a população e os trabalhadores: a gestão de novas creches e da UPA Continente por Organizações Sociais. O prefeito já iniciou o investimento de uma cifra razoável de recursos públicos em publicidade (ao invés de investi-los na melhoria dos serviços prestados à população) para enfeitar o seu mais novo Cavalo de Tróia: O “Projeto Creche e Saúde Já”, o qual está sendo divulgado com a aparência de ser a solução dos problemas, mas, caso a população e trabalhadores da PMF não lutarem contra a aprovação desse projeto, logo sentirão as consequências do conteúdo do mesmo.

Ora, o fato de precisar investir em publicidade já demonstra que o projeto é nefasto, pois se fosse bom, não necessitaria de publicidade para o aceite da população e dos trabalhadores da PMF.

A justificativa do prefeito é que não há recursos para a contratação direta de servidores concursados para a abertura de novas creches e da UPA, pois a PMF já estaria no limite prudencial da famigerada Lei da Responsabilidade Fiscal (LRF). O que o Gean não explica é como é possível a prefeitura estar em tal limite, mesmo diante do fato de não ter repassado a parte patronal da previdência dos servidores ao instituto de previdência, nem ter pago o retroativo de promoções e gratificações dos servidores (essas são apenas algumas das maracutaias da prefeitura). Também, não explica como uma cidade que possui a arrecadação de dois setores que continuam em alta, como a indústria de Tecnologias de Informação (TIs) e do turismo, supostamente estaria com as contas em tal estado, o qual não consegue garantir o atendimento mínimo à população. É de se questionar se certos setores ou empresas não estão, por acaso, tendo isenções fiscais que provocam essa situação, caso, de fato, essa seja a situação dos cofres do município. Ainda, cabe questionar sobre os motivos da prefeitura não cobrar as dívidas de empresas e empresários que devem para a mesma, uma vez que receber tais dívidas poderia aumentar em muito as receitas da PMF. Não podemos deixar de salientar, também, que o prefeito afirma não ter recursos para contratações via administração direta, entretanto, não expõe quais as cifras já arrecadadas pelo município até o momento com o IPTU 2018.

Pelos apontamentos acima, fica claro que recursos há! Ocorre que, politicamente, Gean realiza um governo que facilita a vida dos grandes empresários, enquanto que para a população pretende sucatear os serviços prestados. Nos espaços comprados na mídia com recursos públicos o prefeito diz que contratação via OSs reduz significativamente os gastos na oferta dos serviços à população. Ora, sabemos bem do grande empenho que os trabalhadores da PMF vêm realizando para manter a qualidade dos atendimentos à população diante dos escassos recursos que são destinados para os mesmos. Não há milagre possível de ser feito com uma redução tamanha nos investimentos do atendimento à população, como a propaganda do Gean quer fazer a população acreditar. Isso resultará em duas consequências sérias: 1. Precarização dos serviços prestados; 2. Superexploração dos trabalhadores contratados via OSs, o que diminui ainda mais a qualidade dos serviços.

Ainda, cabe ressaltar que nada impede que o município de Florianópolis amplie os repasses de recursos para as OSs, o que joga por terra o argumento de que os custos de terceirização dos serviços via Organizações Sociais é menor em relação ao da contratação pela administração direta. Também, devemos ficar atentos às manobras do prefeito quando este utiliza o argumento de que a privatização da administração de novas creches e da UPA será benéfica aos servidores de carreira, pois nada impede que muito em breve, sob o argumento enganoso de não ter recursos para a realização de concursos, essa privatização se alastre para outros setores da PMF e para as Unidades de saúde e educação que atualmente estão sob a administração direta do município. Em especial, no caso da educação, há enormes possibilidades de os professores e auxiliares ACTs serem contratados via OS's.

Gean já iniciou os ataques através das mídias, blindando qualquer tipo de questionamento ao “Projeto Creche e Saúde Já”. Como colocamos, não há milagre: investimentos menores para a oferta de serviços públicos só podem resultar em atendimentos precários para a população. O prefeito, mais uma vez, demonstra que não está preocupado com a qualidade do serviço que a população vai receber. Para ele, interessa apenas que os grandes empresários fiquem satisfeitos com políticas que permitam que os mesmos enriqueçam cada vez mais. Por isso, a população deve ficar atenta e não cair nas falácias vendidas pelo Gean para as mídias, até porque essas ganham muito com as publicidades da prefeitura e assim irão defender os interesses do prefeito. A população deve sim, conversar com os servidores da PMF, que são os que realmente trabalham no atendimento às comunidades e que sabem e sentem diariamente os problemas que enfrentam nesses atendimentos! É ao lado desses trabalhadores da PMF e não ao lado dos interesses do Gean e seus grandes empresários que conseguiremos melhorar a qualidade de nossos atendimentos!

ADMINISTRAÇÃO DIRETA E CONCURSOS PÚBLICOS COM INVESTIMENTOS NO ATENDIMENTO À POPULAÇÃO JÁ!
NÃO ÀS OS’s NA PREFEITURA DE FLORIANÓPOLIS, POIS JUNTO DELAS VEM A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO E DO ATENDIMENTO À POPULAÇÃO!
NÃO TEM ARREGO, GEAN! É GREVE ATÉ A RETIRADA DO PROJETO DA CÂMARA DOS VEREADORES!
NÃO ACEITAREMOS TERCEIRIZAÇÕES E PRIVATIZAÇÕES!

UNIDADE CLASSISTA SC - Comitê Sintrasem

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* Organização Social é uma qualificação que a Administração Pública outorga à uma Entidade Privada, sem fins lucrativos (nós, que acreditamos em Papai Noel, acreditamos que uma entidade privada não terá lucros nos serviços que presta, é claro), para gerenciar uma instituição pública por meio de repasses de recursos públicos, realizando contrato de trabalhadores sem concurso público e podendo adquirir materiais sem a necessidade de fazer licitações.

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