quarta-feira, 18 de maio de 2011

Todo apoio à greve dos trabalhadores/as em educação de Santa Catarina



Unidade Classista – Trabalhadores/as em educação - Construindo a Intersindical
A Unidade Classista é uma corrente sindical composta por militantes do PCB e por trabalhadores e sindicalistas que querem resgatar um sindicalismo de luta, de defesa dos interesses dos trabalhadores, unitário e classista. A Unidade Classista participa da construção da Intersindical, instrumento de organização e luta dos trabalhadores.
Nós, trabalhadores e trabalhadoras em educação do Estado de Santa Catarina, em uma assembléia histórica realizada em Florianópolis, no último dia 11 de maio (a maior desde 1987), decidimos dar início a Greve a partir do dia 18 de maio, devido o descaso e total falta de compromisso do Governo de Raimundo Colombo e seus aliados com a educação e com os educadores do estado.
A situação dos professores e professoras catarinenses é insustentável! Jogados numa situação de miserabilidade, sofremos diversos ataques aos nossos direitos nos últimos anos. Através da luta os/as trabalhadores/as em educação enfrentaram o desmonte da previdência do estado através da criação do IPREV, no ano de 2008; os diversos ataques ao nosso plano de carreira, como a criação do Prêmio Educar; a falta de democracia nas escolas, que ainda seguem como feudos políticos de deputados, secretários e aliados do governo do estado, que nomeiam de forma autoritária os diretores e diretoras das escolas estaduais; enfrentamos também a constante divisão da categoria em regimes de trabalho diferenciados; e seguimos em luta contra a famigerada lei 456/2009, que reduziu ainda mais os direitos dos professores ACT´s, exigindo a realização imediata de concurso público.
Este quadro de descaso com a educação se agravou nos primeiros meses de 2011. Após dois anos de litígio judicial sobre a constitucionalidade da lei que regulamenta o Piso Salarial Nacional dos Professores, a decisão tomada pelo Supremo Tribunal Federal, no dia 06 de abril deste ano, que foi favorável a aplicação imediata da lei, que estabelece o valor de R$1.187, como vencimento e não remuneração, para o nível inicial da carreira, não está sendo cumprida pelo Governo Colombo.
O Governo Colombo e seus aliados não cumprem com a lei ao dar de ombros com suas obrigações constitucionais de garantir uma educação pública de qualidade. Desrespeitam os trabalhadores e trabalhadoras em educação de Santa Catarina ao seguir com uma política de arrocho salarial. Ignoram as lutas da sociedade e da comunidade escolar por uma educação de qualidade para os filhos e filhas da classe trabalhadora que no Brasil e em Santa Catarina deparam-se com uma educação que está entre as piores do mundo.
Essa greve deve ir além das questões econômicas, lutando para impedir os ataques contra os professores e a educação. As nossas lutas servem de acúmulo para conquistas futuras e para dificultar a implantação de um projeto que põe a escola a serviço dos interesses do capital e da burguesia. Por isso é necessário insistir na luta, fazendo a greve e discutindo com os colegas e a comunidade escolar a sua importância, independente dos resultados imediatos.
A mobilização dos professores é exemplo para outras categorias em luta. A mobilização não pode cair nas armadilhas do oportunismo eleitoral e do aparelhamento partidário. Tampouco podemos aceitar que os interesses e lutas da categoria se esvaziem em um balcão de negócios com o Governo do Estado, que coloque interesses partidários de alguns setores e lideranças do Sindicato, acima desta luta histórica que vem sendo travada por todos nós.
Neste momento que exige unidade não podemos nos intimidar diante as pressões e perseguições oriundas dos “gestores da educação”. A greve é um direito constitucional e não podemos permitir que o governo utilize de instrumentos autoritários para dividir a categoria.
Devemos construir esta greve nas escolas, no cotidiano dos professores, em conjunto com os professores das demais redes, com todos os trabalhadores da escola, com os alunos e pais de alunos. A unidade e a disposição de luta são a chave da vitória e da conquista das reivindicações. Cada professor é um ativista na luta pelos direitos da categoria e por uma educação digna.

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