POR UM SINTE DE BASE E CLASSISTA: É PRECISO FORTALECER A LUTA CONTRA O GOVERNO E O PELEGUISMO
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A greve na rede estadual de educação de Santa Catarina se dá no contexto da maior crise capitalista mundial vivenciada desde 1929. Um cenário onde as principais economias do mundo sofrem uma forte recessão, fruto das políticas econômicas neoliberais implementadas nas últimas décadas. Do Japão aos Estados Unidos, da Grécia ao Brasil, quem paga a fatura da crise é a classe trabalhadora. Os governos de plantão tem reduzido absurdamente os investimentos nas áreas sociais e atacado ferozmente os direitos de milhões de trabalhadores/as, com a flexibilização e retirada de direitos.
A greve é a arma encontrada por nós para o cumprimento da Lei do Piso e pela manutenção de direitos históricos dos/as trabalhadores/as. A adesão de mais de 70% da categoria nesta greve é uma referência do poder de mobilização e de luta que temos em nossas mãos.
Porém, o Governo Colombo, aproveitou o momento para contra-atacar e utilizou-se de um cenário de instabilidade (provocado por ele) para colocar em pauta a flexibilização e a retirada de direitos. E fez isso orientando-se por uma política nacional de destruição do plano de carreira do magistério, articulada pelo Governo Federal (as diversas idas de Colombo e de membros da sua equipe a Brasília no período da greve não foram meras casualidades). Não podemos esquecer que os partidos que hoje sustentam o Governo Colombo fazem parte da base de apoio do Governo Dilma (PP, PMDB, PSD).
A greve conduzida pela base surpreendeu os dirigentes sindicais que acostumados a aparelhar e partidarizar o movimento sindical viram-se desorientados (o que levou muitos a uma postura vacilante e/ou oportunista), pela explosão de um movimento gigantesco que reoxigenou a força de luta de uma categoria há muito adormecida.
A resposta dos setores orientados pela CUT foi o de desmobilizar e “amansar” a luta. Seguindo sua política de conciliação de classes e de correia de transmissão dos governos. A CUT orientou suas bases para a suspensão da greve, contribuindo no enfraquecimento e na divisão do movimento no Estado. Os pelegos só não contavam com a força de luta e a autonomia das bases frente às orientações derrotistas que visavam conduzir o movimento a um fim de capitulação a proposta do Governo, que diversos lideres sindicais consideravam como avanço.
O dia 13 de julho foi um dia histórico que marcará profundamente a condução e os novos rumos que o SINTE deve tomar. Foi a demonstração de poder e de capacidade de luta e mobilização dos/as trabalhadores/as em educação. Enquanto os setores ligados a CUT “lavaram as mãos”, a base tomou a greve para si e foi para o enfrentamento contra a aprovação do famigerado PLC 026 que usurpa direitos da categoria.
Nós da Unidade Classista, corrente sindical composta por militantes do PCB e por trabalhadores/as que querem resgatar um sindicalismo de luta, unitário e classista, defendemos um Estado de Greve e Luta Permanente, com uma agenda unificada de atividades que visem combater as políticas educacionais de caráter neoliberal do Governo Estadual e Federal. Precisamos construir um sindicato de massas e de luta, onde a maioria da base esteja de fato presente, condição de êxito de qualquer luta. Mas, para isso, é essencial o respeito à democracia. Prestigiar a participação nas regionais, garantir as regionais um papel na formulação das políticas do sindicato é fundamental para se construir um sindicato capaz de agregar, manter e coesionar os/as trabalhadores/as em educação. Nem o Conselho, nem o Comando de Greve, nem mesmo a direção da entidade, tem o direito de “filtrar” ou “votar” decisões emanadas das bases; quando o fazem usurpam direitos da categoria, lesam a soberania da base, solapam a democracia.
É urgente romper com a CUT e com qualquer central sindical que tenha como prática e orientação a conciliação de classes (Força Sindical, CTB, UGT, etc.). Temos de aprofundar o debate sobre a organização do sindicato, reforçar os mecanismos de participação e decisão das bases, e reconstruir a unidade de ação a partir das escolas, no enfrentamento direto ao Capital e seu Estado. Neste sentido defendemos a construção da INTERSINDICAL, como um Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora.
Por isso somos favoráveis a continuidade da luta por nenhum direito a menos, para avançar nas conquistas e nas ações cotidianas construir como necessidade real da humanidade uma sociedade sem explorados e exploradores, uma sociedade comunista.
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