sexta-feira, 23 de setembro de 2016

NOTA DA UNIDADE CLASSISTA SOBRE O SINTE/SC

Estamos vivendo um dos mais brutais ataques à classe trabalhadora na história de nosso país. Tudo isso tem como pano de fundo, o ajuste fiscal, com a retirada de  direitos dos trabalhadores e de direitos sociais. No plano internacional, o que vemos é um aprofundamento da crise capitalista que tem colocado esse mesmo projeto de ajustes e de perdas para todos os povos do mundo, haja vista, as gigantescas mobilizações dos trabalhadores como na França, na Índia e na Argentina.
            O governo federal, capitaneado pelo ilegítimo Michel Temer, tem como meta aprovar a reforma trabalhista, que praticamente acaba com as garantias que ainda temos na CLT. Entre as várias perdas está á reforma previdenciária que iguala tempo de serviço e idade para homens e mulheres, penalizando ainda mais as trabalhadoras, que além da jornada de trabalho, costumam ter a jornada doméstica de trabalho.
            Os ataques mais imediatos são os desferidos contra o serviço público, através do PL 257 e da PEC 241 que pretendem congelar os concursos públicos, não tendo ampliação dos serviços básicos ofertados, como saúde e educação; congelamento do orçamento, impedindo o investimento em áreas estratégicas e essenciais, levando-as ao sucateamento e desmantelamento. Estas medidas atacam e afetam diretamente os trabalhadores da educação, que além de ter o congelamento dos salários, ou seja, não teremos mais reposição salarial, nem investimentos em melhorias das escolas, sofreremos com o contingenciamento do orçamento, precarizando escolas e programas de apoio à educação, etc..
            Somados a esses ataques do governo federal, temos já em implantação a reorganização escolar, que pretende fechar um conjunto de escolas, limitando o acesso das comunidades ao espaço escolar. Seguido a essa reorganização escolar vem à entrega das mesmas as Organizações Sociais (OS), ou seja, seriam administradas pelo setor privado, com a lógica mercantil. Este cenário irá precarizar ainda mais as condições de trabalhos dos educadores. Outro ataque letal é a lei da mordaça, que pretende restringir nosso trabalho na sala de aula, não permitindo que possamos nos expressar livremente sobre nossas posições científicas, filosóficas, políticas, constituindo numa afronta direta ao trabalho docente e a perspectiva de educação libertadora e emancipadora.
            Essa lista de ataques parece não ter fim e ainda tem na pauta urgente a reforma curricular que pretende extinguir disciplinas e reorganizar completamente o currículo no Ensino Médio, implicando o fim de trabalho para muitos professores, além de estar vinculado a uma formação totalmente tecnicista. Soma-se a tudo isso, um conjunto de arbitrariedades sobre os educadores que não tem fim, todos aqueles que de alguma forma protestam contra as péssimas condições de trabalho, sofrem processos administrativos; aqueles que lutam, sofrem com o risco de não conseguirem progressão devidos às faltas injustamente anotadas em sua ficha funcional.
            Nesse quadro, em que os ataques vem de todos os lados, é que faz-se necessário que consigamos unificar uma pauta de defesa dos interesses dos trabalhadores em educação e no nosso entendimento, o melhor caminho para isso é somar-se aos esforços de construção da greve geral, e os professores serem protagonistas na luta em defesa da educação pública.
            Nesse sentido, nós da Unidade Classista, decidimos que o nosso intuito é de tentar articular todo o conjunto de lutadores para que possamos resistir aos ataques que estão sendo desferidos para cima dos trabalhadores em educação e para cima de todos os trabalhadores em geral. Por entendermos isso, propomos um plano de lutas que unifique os trabalhadores e construa uma perspectiva de unidade concreta. Para tanto apontamos que este plano de luta priorize:
 - Ampliação da formação sindical e política, com foco no entendimento dos ataques a educação pública estatal (PL 257, PEC 241, lei da mordaça, base nacional comum, reforma curricular, reorganização escolar, OS e militarização das escolas, etc.);
- Criação de fóruns regionalizados, a exemplo do Fórum de Educação do Maciço do Morro da Cruz, que possam organizar e mobilizar as comunidades em torno de suas pautas e na defesa da escola pública estatal;
- Redução do repasse financeiro a CUT e CNTE e o uso desses recursos na ampliação da liberação de dirigentes e conselheiros para trabalhar na organização dos trabalhadores e na concretização de ações de formação;
- Antecipação do congresso do Sinte/SC para reconstrução da pauta de lutas e organização do sindicato frente ao conjunto de ataques colocados;
- Ampliar diálogo com outros sindicatos e movimentos sociais como forma de ampliar a frente em defesa da escola pública e estatal.
- Unificar a luta e plano de lutas com as universidades públicas estatais como forma de defender os espaços de formações democráticos e para os trabalhadores.

Fora Temer! Fora Colombo! Fora Deschamps!
Nenhum direito a menos! Construir a Greve Geral!


Unidade Classista, futuro socialista!

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