quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Nota do comitê de base PMF e COMCAP



É HORA DA CLASSE TRABALHADORA CONTRA ATACAR

“Que 2017 seja explosivo: de amor, de luta, de sorrisos escandalosos! Muitas explosões” (Elenice Rosa)

Saudações, colegas trabalhadores e trabalhadoras da PMF e da COMCAP!
O ano de 2017 se inicia com a sensação de que 2016 não acabou! Tivemos que encerrar o recém findado ano dentro da Câmara dos Vereadores, pressionando os mesmos para que não aprovassem um pacote de medidas enviado pelo então prefeito Cesar Souza Junior, sendo que dentre as medidas estava colocada a tentativa de mais um parcelamento da previdência dos servidores, buscando com essa manobra obter respaldo legal para o rombo e uso inapropriado que faz dos recursos de nossa previdência. Conseguimos fazer com que a proposta do pacote ainda não tenha sido aprovada, porém, ela segue tramitando na Câmara. Essa foi a última tentativa de ataque aos trabalhadores da PMF que aquele prefeito realizou, findando um mandato que teve como marca registrada a mediocridade, o desrespeito e a precarização para com os serviços à população e com os trabalhadores da PMF e COMCAP, ao mesmo tempo que todas as benesses e ações políticas foram realizadas para os ricos e grandes empresários da cidade.
Porém, não bastasse a manobra anterior, ainda no apagar das luzes do ano de 2016 os trabalhadores da PMF ficaram sabendo que aquele prefeito não pagaria o salário integral de parcela dos trabalhadores, nem as pensões, aposentadorias, férias e rescisão de contrato dos ACTs. Por outro lado, se alguém pensava que com o novo prefeito chegariam boas notícias, é preciso que saiba que o ano de 2017 iniciou com Gean Loureiro assumindo a prefeitura trazendo uma mensagem clara de qual marca pretende dar em seu governo: a austeridade!
A reportagem do Diário Catarinense, já no dia 02/01/2017, intitulada “Na primeira reunião com secretários, Gean admite que terá dificuldades para pagar salários de janeiro” deixa clara que Gean Loureiro seguirá com as práticas e discursos do antigo prefeito. Interessante é que a desculpa do antigo prefeito, para não pagar a integralidade dos salários, aposentadorias, pensões, férias e rescisões dos ACTs, era de que um repasse do governo federal seria realizado apenas no dia 30 de dezembro e, portanto, não haveria tempo hábil para creditar os valores nas contas dos trabalhadores antes do final do ano. Agora, o novo prefeito assume e não faz sequer uma referência a esses tais recursos, alegando que necessitará de, no mínimo, 10 dias para pagar o que nos deve, pois necessita receber recursos do IPTU para ter dinheiro em caixa. Ora, mas cadê o dinheiro do repasse do governo federal que antes existia no discurso e agora não entra na conta? Claramente, estão tentando nos engambelar. NÃO DEIXAREMOS! Não bastasse todo esse engodo, o prefeito que assume já aponta para dificuldades de pagar os salários de janeiro de 2017.
As primeiras manifestações da administração que agora assume a prefeitura, demonstram que teremos um ano onde somente uma organização forte com lutas e ações de peso permitirão que os trabalhadores da PMF e da COMCAP não tenham suas condições de trabalho ainda mais precarizados e os salários mais defasados! Neste contexto, é dever da direção do SINTRASEM assumir com firmeza e empenho seu papel de informar e dialogar com a base dos trabalhadores nos locais de trabalho. E isso desde já, para que todos os trabalhadores estejam informados e se coloquem como sujeitos catalizadores das necessárias mobilizações que teremos pela frente neste ano!
Ao prefeito Gean, terá que ser repassada a clara mensagem de que os trabalhadores não seguirão arcando com os desmandos de gestões passadas ou de quem agora está à frente da prefeitura. Que o prefeito cumpra seu discurso de campanha e abra as contas da prefeitura e demonstre o que aconteceu com o dinheiro que a prefeitura arrecadou, ou mesmo deixou de arrecadar com isenções fiscais de grandes empresários do município. Não seguiremos deixando a prefeitura utilizar recursos de nossa previdência, precarizações de nosso trabalho, não pagamento de salários ou reajustes abaixo da inflação, férias, aposentadorias, pensões, rescisões de ACTs, desmantelamento e privatização da COMCAP para facilitar a vida dos grandes empresários, muitos dos quais são grandes devedores na dívida ativa deste município.
Caso as ações políticas da prefeitura sigam colocando em nossas costas o ônus de uma situação que não fomos nós quem produzimos, nossa resposta terá que ser a de uma gigante, bem articulada e coesa MOBILIZAÇÃO e GREVE que diga: PERDEMOS A PACIÊNCIA! Não seguirá governando em nosso nome para essa pequena parcela de ricos e exploradores! Não com o nosso suor e, muitas vezes, com nossa saúde, pelas intensas pressões a que somos submetidos em nossos trabalhos, através das precárias condições estruturais e pelo baixo número de trabalhadores para todas as tarefas que precisamos realizar!

Os ataques são à classe trabalhadora
Como todos os colegas já sabem, estamos passando, em nível nacional, por um processo que pretende impossibilitar a aposentadoria dos trabalhadores. Além disso, o governo Temer propôs o congelamento, por 20 anos, da ampliação dos investimentos em saúde e educação, bem como, busca modificar a legislação trabalhista, de modo a ampliar a precarização da vida dos trabalhadores. Isso tudo, ao mesmo tempo em que sequer é tocado o assunto da dívida pública, a qual drena mais de 45% do Orçamento Geral da União para o pagamento de juros e amortização de uma “dívida pública” que jamais foi auditada. Se deixarmos esses ataques se concretizarem, serão efetivados retrocessos nos direitos sociais e trabalhistas que nos conduzirão de volta ao período anterior a Era Vargas. Isso porque, aquele período é o marco de quando os trabalhadores conseguiram arrancar esses direitos, por meio de intensas lutas, isso quando as greves eram ilegais o que dificultava ainda mais a realização das mesmas. Tais direitos foram mantidos, com alguns avanços e retrocessos, até o período atual, também na base de lutas. Sendo assim, precisamos ter clareza que somente mobilizações e organizações em nível nacional podem reverter a correlação de forças para que consigamos resistir à organização e mobilização nacional que os patrões, o Estado e as grandes corporações midiáticas estão realizando para liquidar com os parcos direitos que ainda possuímos.
É diante da necessidade de uma articulação nacional dos trabalhadores e trabalhadoras, para resistir aos ataques e avançar nas conquistas, que está sendo convocado para este ano de 2017 um Encontro Nacional da Classe Trabalhadora (ENCLAT), que nós da Unidade Classista estamos contribuindo na organização. Fiquem ligados e busquem maiores informações, pois quem sabe mais luta melhor.
Ousar lutar, ousar vencer!
Florianópolis, Janeiro de 2017.


Um comentário:

  1. Gostaria muito que fosse feita uma auditoria nesse governo Cesar Souza Jr, porque, neste período, não vimos obras importantes na cidade, e nada mudou... Inclusive, eu como funcionária da pmf,fui lesada em várias situações... Perdi duas letras, perdi uma licença premio, não recebi meu abono permanência, o qual tinha direito, e prá acabar, só recebi uma parte do salário... É muito golpe prá aguentar...

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