sábado, 10 de setembro de 2011

A CASAN PERTENCE AO POVO E AOS QUE NELA TRABALHAM!



Transformar a água em mercadoria é um retrocesso e um crime que a classe trabalhadora deve enfrentar com todas as suas energias

O momento é de mobilização. O governo Colombo (PSD) se empenha numa campanha relâmpago para privatizar a Casan, através de dois projetos de lei. Em um deles, Colombo pretende entregar 35% das ações da empresa a um acionista privado que, mesmo minoritário,teria plenos poderes para controlar a Casan, numa tentativa baixa e dissimulada de privatizar por completo a água em Santa Catarina. E no outro, o governo pretende derrubar o artigo da Constituição estadual que diz que a população é quem deve decidir, via plebiscito, sobre a privatização das nossas estatais, tirando do povo o direito de decidir sobre aquilo que é seu. 


A própria forma estabanada com que Colombo tem conduzido o projeto na Assembléia Legislativa, colocando-o em regime de urgência (o que obriga os deputados a decidirem em pouco mais de um mês o destino da Casan), demonstra o quanto o governo quer evitar que os trabalhadores se envolvam no processo. Se é para "melhorar", porque tanto medo de ouvir a voz do povo? Em defesa da privatização, Colombo e até a diretoria da Casan fazem coro ao governo Dilma,que segue privatizando a nível federal com a mesma ladainha de que o país "não tem dinheiro"pra investir. Dinheiro, porém, existe. Só em 2009, a União (Governo Federal, Estados e Municípios) deu R$ 370 bilhões dos nossos impostos pros banqueiros. Eles alegam também que, com um "parceiro estratégico" privado, a gestão da empresa seria mais "profissional". Não é o que acontece nas várias cidades país afora onde os sistemas foram municipalizados privatizados, levando a aumento das tarifas sem melhora (quando não piora!) dos serviços.


Quem não se lembra do que ocorreu este ano em Niterói (RJ), onde o rompimento de um tanque de tratamento da companhia municipal (privada) produziu uma enxurrada de esgoto que destruiu e contaminou um quarteirão inteiro? A ladainha do "privado é que funciona" não podia mesmo estar mais desatualizada, principalmente agora em que as crises "financeiras" mundo afora desmentem cada vez mais o velho discurso da eficiência do "livre mercado".

A situação é das mais graves. Caso Colombo siga em frente com seus planos, todas as conquistas dos trabalhadores da Casan, inclusive a estabilidade no
emprego, se encontram ameaçadas, com menos direitos, menos garantias e maior exploração. E para piorar, os sindicatos da categoria (Sintaema e Intersindical) seguem panfletando demais e organizando de menos...

Nós da Unidade Classista, corrente sindical formada por militantes do PCB e trabalhadores empenhados em resgatar um sindicalismo independente de governos e patrões, denunciamos que está se organizando um verdadeiro golpe contra a Casan, golpe este que, na verdade, não surge apenas da vontade do governo. Lembremos que a grande mídia, que já vinha há algum tempo numa onda de ataques à Casan, agora mente tratando o projeto de Colombo como uma simples venda de ações, fingindo não saber que se pretende, na verdade, transferir o controle da empresa. Isto não é uma coincidência. 

Os capitalistas usam seu poder econômico sobre a imprensa (que é privada) e o Estado (quem financia as campanhas dos políticos?) em favor de seus interesses, neste caso, transformar a água em fonte de lucro. Diz-se até que a venda já estaria acertada para a construtora Odebrecht! E que momento melhor para tomar a Casan do que agora, quando a empresa volta a apresentar lucro depois de anos no vermelho e possui empréstimos estrangeiros de quase meio bilhão pra investir em saneamento? O trabalhador da Casan sabe que a empresa tem inúmeros problemas, mas sabe também que o grande culpado por isso são os mesmos que pretendem privatizá-la, os mesmos que a sucatearam por tantos anos para agora vendê-la "a preço de banana" para seus amigos empresários. Lembremos que o próprio Colombo já foi presidente da Casan!

A Unidade Classista entende que a Casan pertence ao povo e aos que nela trabalham, não à ganância privada, e que transformar a água em mercadoria é um retrocesso e um crime que a classe trabalhadora deve enfrentar com todas as suas energias. Entendemos também que a categoria precisa se mobilizar pela base, pressionando as direções dos sindicatos a tomarem posições classistas, denunciando o peleguismo junto ao conjunto dos trabalhadores. A Unidade Classista se põe junto aos trabalhadores da Casan nesta luta pelos seus direitos e para impedir a entrega de um direito básico à vida, que é a mesma luta pelo socialismo.

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